A Unidade de Vigilância de Zoonoses de Sobral já identificou, nos três primeiros meses de 2023, 11 animais suspeitos de contaminação com o vírus da raiva e 1 caso positivo, sendo esse um bovino na zona rural, no distrito de Caracará. O episódio, foi investigado pela coordenadoria de Sanidade Animal da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Econômico (STDE), em conjunto com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), que confirmou a suspeita e realizou a coleta da amostra analisada pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN).
De acordo com o gerente da Zoonoses de Sobral, Rafael Dias, a raiva é umas das enfermidades zoonóticas das mais antigas, sendo altamente letal, refletindo uma séria ameaça à saúde pública e que tem sido agravada pela destruição dos ecossistemas. "A principal forma de prevenção contra o vírus é a vacinação", destacou.
A raiva animal acomete todos os animais mamíferos silvestres e domésticos, ocorrendo, no meio urbano, preferência entre cães e gatos; no silvestre, em animais da fauna local; no rural, em animais de produção; e ainda no meio aéreo, acontecendo entre quirópteros, tendo como principal animal transmissor o morcego.
Nesse contexto, a Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ) realiza a vigilância contínua de todo possível caso suspeito de raiva animal no perímetro de Sobral, identificando a área geográfica de ocorrência, coletando as amostras do SNC e/ou animal inteiro, enviando as mesmas para o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) que, posteriormente, informa o resultado a UVZ.
"Todo o ciclo é transmissível ao homem, através da mordida, arranhadura ou lambedura de um animal raivoso. Afeta principalmente as comunidades rurais", explicou Rafael. "Em 2022 foram identificados 95 animais em diversas áreas de Sobral que tiveram amostras colhidas e enviadas ao LACEN, sendo identificados 6 morcegos e 1 sagui positivos, todos em área urbana", alertou o gerente.
Em animais de produção, a apuração de casos é realizada pela STDE. Produtores que suspeitam da doença em algum animal devem comunicar ao assistente rural da sua localidade, que emite o alerta a coordenadoria de Desenvolvimento Agrário, também da secretaria, para realizar os primeiros passos de investigação, para que, sendo confirmada a suspeita, a coordenadoria de Sanidade Animal e a Adagri tomem as medidas cabíveis e preventivas da situação.
Em relação à prevenção a UVZ e a Sanidade Animal informam da necessidade de vacinar anualmente todos os cães e gatos com idade superior a 3 meses. Já para animais de produção existe a necessidade de vacinar semestralmente e onde existir ocorrência de agressões por morcegos, estas devem ser comunicadas a UVZ. No tocante a morcegos e animais silvestres – raposas, sagui e outros animais silvestres – deve se informar a UVZ casos de animais tenham alteração de comportamento, como morcegos caídos ao solo ou voando durante o dia, raposas circulando próximos as casas ou atacando outros animais durante o dia; ocorrência de sagui mortos entre outros mamíferos.
"Por fim, pedimos a todas as pessoas que tenham contato direto (mordida, arranhadura ou lambedura de lesões e mucosas) com mamíferos que procurem imediatamente o CSF para ser notificado e avaliado quanto ao uso de soro antirrábico e vacina antirrábica", finalizou.